Escolher bicicleta para fazer uma viagem extensa é fundamental. Fatores como o tamanho do quadro, qualidade das peças, tipo de transmissão, uso (ou não) de suspensão, entre outros, são determinados pelo tipo de terreno que se encontrará durante o trajeto.
No Brasil, como temos grande parte de nossas estradas asfaltadas em condições variáveis (a depender da região) e uma imensa rede de vias rurais, o uso de mountain bikes é um consenso geral entre os profissionais e os cicloturistas mais experientes.
O terreno determinará a escolha, por exemplo, do tipo de bicicleta, uso de suspensão (ou não), e tipo de pneus. Normalmente, nós escolhemos a bike pela questão do preço e não pela qualidade do material utilizado em sua confecção ou tipo de quadro ideal para a viagem. Como o Caminho é estabelecido essencialmente em trilhas e estradas de terra batida, vale a pena considerar qual será o tipo de bike mais apropriado.
No Brasil, utilizamos preferencialmente as mountain bikes, por serem adaptáveis a qualquer tipo de terreno/uso, e porque a maioria das estradas sem dúvida não tem tanta qualidade (incluem-se as asfaltadas). Portanto, isto explicaria o motivo pelo qual as touring bikes (ou também chamadas de híbridas), famosas na Europa pelo seu uso cicloturístico e urbano, não têm vez por aqui.
O conhecimento prévio da variação altimétrica durante a viagem também ajuda muito: no Caminho, haverá variação de cerca de 950m em trechos curtos (o que implica terrenos com forte inclinação). Uma bike com sistema de marchas é ótimo nestes casos, sendo inclusive sugerida por alguns atletas e especialistas como fundamental para estes tipos de percurso.
Não concordo inteiramente com o termo fundamental, pois há casos e situações extremos em que bicicletas sem marchas foram utilizadas como veículo de transporte e de informações (P. ex.: durante a Guerra do Vietnã, os vietcongs e o exército comunista de Ho Chi Ming utilizava bicicletas cargueiras para atravessar o país através das montanhas à leste do país; na África, durante a Guerra dos Boeres, os escoteiros, criados pelo oficial inglês Baden Powell, utilizaram bicicletas para levar mensagens entre postos de combate e como batedores; o exército suíço utilizou durante muito tempo bicicletas para locomoção de regimentos inteiros no fim do séc. XIX e voltou a utilizar no séc. XX, até 2001. Estes são alguns exemplos).
Achei que minha bike anterior (uma Caloi Mountain Bike 1989 - 18 marchas, convertida para 21), que sempre me serviu muito bem, não iria ser suficientemente adequada nesta empreitada. Por isso, pedi dicas de pessoas mais experientes (como atletas, técnicos de lojas especializadas e cicloturistas-viajantes de longa data), que me recomendaram priorizar o conforto de uma bike mais adequada ao meu tipo físico.
Como tenho 1,96m, já viu, né! Então, para a escolha da nova bike, priorizei o tamanho da bike, uma relação de marchas moderna e maior, além de considerar a relação custo-benefício. A bike que escolhi está superando expectativas.
Bom, já comecei a treinar com a danada. Logo, mando impressões que tive com a bike.
Amanhã, vou até Campinas a Jaguariúna de manhã por terra e volto pelo asfalto, para aumentar o tempo pedalando e avaliar minha resistência, seguindo a planilha de trilhas de Joaquim Egídio (feita pelo Alessandro Casella. Depois, comento como foi.
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