Que bom que a vejo agora sem jeito
Senta aqui comigo e junto por hora
As mágoas todas que a gente chora
Que remédio algum ainda faz efeito.
- E eu, miga:
nem te conto mas ouve.
Todo o ano é a mesma história
Sigo sendo lesbos do Natal na ceia
Meia não sempre irmã me humilha
Serve selfie que toda me escanteia
Aquelazinha metida a santa do escroto
Que me pisca o cunhado pela mesa.
- E eu, miga?
Meu pai pega e por nada não avisa
A tal madras lhe é tão astra
Não vê nem sente me invisibiliza
Custava ele estender o braço
A bela duma figa dum amasso
defender esta princesa?
- E eu, miga?
Sô tão fina que passo o rodo
Nos amigo secreto da firma
a gente bebe e esquece todo
para não botar algum defeito
Apesar da foto ser aquela lua
Tão linda de meu rosto inteiro.
- E eu, miga:
Faço coach em hotel de fim de semana
Pago de quatro pila lá fico toda arrebitada
e desenvolta deixo plantar para fazer bonito
Cabeção de ouro nesta bela guerreira.
- E eu, miga?
Perdoei o ex babaca que stalkeia
Pegou geral nas minhas cadeiras
Diz ele que não quero
O erro pontual que me incendeia.
- E eu, miga?
Roadie de banda meu cavaleiro andante
Quando chega esqueço tudo quanto vejo
Sem problema ser homem feio tal desejo
Basta ele parar - e me cavalgar - somente
De cantar e ciscar em terreiro distante.
- E eu, miga?
Pago e faço de minhas contas
que no final destas dores certa
Tava sempre o tempo todo
Faltava só na legal marcada
O match o que me ponteia.
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