Sobrou tão pouco. Tudo o mais foi gasto num ocioso verão.
Restou apenas o bastante para colocá-lo numa canção e
cantá-la a ti; ou para tecer uma pulseira de flores
que envolva suavemente o teu pulso;
ou então para dependurá-lo em tua orelha como pérola
redonda e rosada, como um suspiro corado; ou apostá-lo
numa tarde e perdê-lo completamente.
O meu barco é pequeno e frágil, despreparado para cruzar
as ondas selvagens numa tempestade. Se embarcares levemente,
eu te levarei, remando com doçura, ao abrigo da margem,
onde a água escura e ondulada é como o sono inundado por sonhos,
onde o arrulhar da pomba nos galhos inclinados fazem chorar
as sombras do meio-dia. Ao entardecer, quando estiveres cansada,
colherei um lírio gotejante e o colocarei em teu cabelo
Depois eu me despedirei de ti.
Rabindranath Tagore
(7, livro "Presente de Amante")
Um comentário:
Por onde andarão os posts desse blog? O blogueiro estaria de férias?
Aprendi a colocar os links no blog. Dá uma olhada lá. Depois te ensino.
Abraço!
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